sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Flores e Rosas para você.


II CAPÍTULO
Histórias de Karam
A noite descera sobre a mata, com um manto bordado de estrelas, a lua cheia, deixava uma claridade sobre as árvores, que refletia no lago, que orlava o acampamento. Sentados ao redor da fogueira, a noite ia sendo vencida pelo dia; e Karam contava estórias vividas por ele quando jovem.
Karam agachado perto da fogueira, segurando um graveto de árvore, mexia nas brasas e entre uma prosa e outra, seus pensamentos procuravam por uma figura de mulher, que havia ficado guardado em sua Memória.
- E aí Karam?
Flores e Rosas Para Você 3
Falou Miguel.
-Ah! O quê?
- Continue... Estava falando dos cavalos!
Fala Esmeralda curiosa por saber sobre as estórias antigas.
-Ah! Pois é, naquele tempo não tínhamos tantas dificuldades em comprar cavalos, ou consegui-los,
-Aqui mesmo onde estamos acampados, era um lugar muito bonito e havia muitos cavalos selvagens. Eu e outros cavalgávamos horas e horas laçando-os. Era muito divertido. E depois de amansados meu pai e meu tio Gumercindo levavam para vendê-los nas cidades vizinhas.
- Pablo, você chegou a conhecer meu tio?
- Não, quando me ajuntei a vocês ele havia morrido. Aliás, cheguei justo no dia em que estava uma forte tempestade, se lembra desta tempestade?
- É! Tem mais ou menos 30 anos, não é?
- Isso mesmo Karam.
Falou Miguel.
- Lembra Dona Matilde, disso?
- Como posso esquecer Karam? Nunca vou esquecer
-Foi neste dia que perdi minha filha.
Matilde fez uma pausa e continuou com a triste lembrança.
-Ventava tanto que arrancou as coberturas de muitas carroças.
-Foi mesmo estou me lembrando que os cavalos assustados fugiram quase todos.
Falou Geraldo companheiro de Matilde com um tom mais baixo de voz.
- E no dia seguinte fomos atrás deles, Que trabalheira.
Karam completou a estória.
- Mas porque Karam, que você me perguntou se eu o havia conhecido?
-Ah! Porque me lembrei dele, era um bom homem, alegre, gorducho, que quando montava arriava seu cavalo.
Falou e deu uma boa gargalhada.
- Eh! No outro dia enterrei a minha filha.
- Sua filha não! Nossa filha. Você não me perdoa, não é?
- Eu pedi pra você levá-la para o doutor da cidade e você achava que era besteira.
- Minha gente o quê que é isso? Já se passou tanto tempo, pra que brigar agora?
Falou Karam.
- Foi Deus que quis assim...
- esmeralda você diz isso porque nunca teve um filho.
Flores e Rosas Para Você 4
-Oh! Dona Matilde, não deixe que estas tristes lembranças amargurem o seu coração, pois a
senhora é tão bondosa com todos nós e todos nós a temos como uma mãe, sempre zelosa e prestativa com todos.
Rosalinda que chegara intervindo com sabedoria

Flores e Rosas para você.


Para Você 2
Na penumbra da noite Esmeralda espreitava a saída de Miguel da carroça de Rosalinda;
- Senhor Miguel...
Chama à jovem e ele se voltou com o semblante mais sereno.
-O que o senhor estava fazendo na carroça de Rosalinda?
-ah!Estava preocupado com a demora de Juan, Rosalinda estava olhando nas cartas.
-Ora seu Miguel, porque não falou comigo?
-Porque o senhor só procura por ela, Não gosta de mim?
-Não é isso não, minha filha, é que Rosalinda sempre me acalma.
-Essa Não! Eu também poderia lhe acalmar.
- Deixe de ciúmes Esmeralda, deixe de bobagem menina, venha vamos sentar com todos.
-Não, não espere... Fale-me o que Rosalinda lhe falou sobre Juan?
- Nada não, ela só me falou, que as cartas estavam mostrando, que logo ele chegaria e com boas notícias.
-Senhor Miguel será que ele vai me trazer presentes?
O velho gargalhou que chegou a tossir e disse:
- Oh! Menina vaidosa vai ver, agora deixe de tanta tagarelice e venha escutar estórias de Karam.
Ele pôs a mão enrugada em seu ombro e seguiram para perto da fogueira.
II CAPÍTULO
Histórias de Karam
A

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Flores e Rosas para você.

                                                      Flores e Rosas para você.

                                                            I CAPITULO


                                                         O Acampamento




A luz bruxuleante, em noite escura, com um lampião no fundo do acampamento, o ruído da noite,já se fazia ouvir com os coaxares dos sapos e os zumbidos dos grilos.
Por um instante se fez silêncio,e se faz ouvir uma voz solitária,um canto de mulher, que parecia

um lamento. Em pequenas pausas, castanholas estralavam em finos dedos. Em pequenas pausas, castanholas estralavam em finos dedos. Homens, mulheres, crianças,agachados perto de uma fogueira e velhos também. Todos estavam emudecidos, inebriados com aquela voz, profundamente compenetrados em seus pensamentos.Olhando ao redor, carroças velhas, trapos pendurados, panelas encardidas do tempo,
Sentada sobre uma grossa raiz de árvore sob sua frondosa copa, se deixava cair seus lindos e fartos
cachos de cabelos negros, sobre sua tez aveludada; os cabelos emolduravam sua face rosada do sol que jazia no poente, seu olhar perdido no tempo. Rosalinda, jovem mulher admirada por todos a que conhecia. Cigana alegre e faceira, desde muito pequena, aprendera a arte do tarô. As cartas em suas mãos eram desfiadas como rosário, que eram lidas como oração.
Na décima nona hora a lua já prateava a mata, Rosalinda parou de súbito de cantar, como se só aquele momento tivera observado como escurecera rápido, subiu para dentro de sua carroça. Para ela o burburinho das crianças não tinha nenhuma importância naquele instante, sentou sobre as almofadas fechou os olhos. A sua frente um caixote de madeira virado servia-lhe de mesa, e um tecido caia como adorno. Ainda com os olhos fechados, tateou ao seu lado a procura de suas cartas. Abriu os olhos e começou a colocar as cartas viradas, em silêncio como se fosse uma oração;