CONTO INFANTIL
RUBI E A FADINHA
Era uma vez...
Em uma cidade chamada Flores, bem na esquina da Rua das
Orquídeas com a Rua das Margaridas havia uma linda casinha de
telhado vermelho e paredes branquinhas.
Nessa casa mora uma vovó com sua netinha. Vovó Esmeralda cuida de sua neta Rubi que tem cinco anos. Rubi é uma menina com cabelos ruivos e pele rosada. Que andava por aqueles dias um pouco triste, pois sua mamãe e papai a muito, foram trabalhar numa cidade vizinha.
Um dia logo cedo, vovó Esmeralda encontrou sua neta Rubi
chorando desesperadamente, e uma linda lágrima escorria de seu
olho. Vovó correu e pegou um vidrinho para colher aquela lágrima,
com esse gesto Rubi parou de chorar.
Vovó lhe disse:
- Meu amorzinho! Não podemos desperdiçar nenhuma lágrima,
vamos guardar essa. Está certo?
Rubi ficou intrigada.
- Mas vovó por quê?
- Porque você e uma menininha feliz, pois tem tudo que precisa.
Tem muito amor, saúde, papai e mamãe que te ama e tem a mim sua
vovó.
Rubi pensou e esboçou a princípio um sorriso tímido e logo um lindo sorriso.
- Venha minha netinha, vamos cuidar do jardim.
Todos os dias pela manhã já era hábito da vovó com sua netinha ir regar
as flores e arrancar as ervas daninha. E sempre colhiam lindas rosas para enfeitar a mesa do jantar.
Naquela manhã não foi diferente, Rubi pegou o seu pequeno regador e se pôs a acompanhar sua vovó.
Durante o trabalho, as duas, sempre ficavam cantarolando lindas canções infantis:
...Certas manhãs, dessas manhãs cheias de luz por entre as rosas de um jardim eu vi passar, gentis borboletas
de asas azuis, e o seu vôo incerto me fez pensar ...Que os enamorados que passeiam por aqui, são borboletas a voar
de flor em flor ,procuram daqui e procuram dali encontrar um novo amor, voa minha linda borboleta!
Voa procurando a ilusão, voa, pois a vida é tão boa quando se tem um amor no coração!
Vovó Esmeralda e Rubi se calam de repente.
- Vovó! Está escutando um chorinho?
- Sim meu amor. Silêncio! Está vindo da roseira, vamos-nos
aproximar!
Em silêncio elas se aproximam, e quando a vovó Esmeralda tira o galho
cheio de folhas da frente, viu deitada sobre as pétalas da rosa de cor rosa uma
minúscula fadinha.
-Vovó que linda!... Olha como suas asinhas são transparentes.Por
que ela está chorando?
- Não sei, mas deixe que eu a olhe mais de perto.
Aproximando mais de perto, quando ia tocá-la alguém gritou:
- Não se atreva!
Elas olharam ao seu redor, não viram ninguém. Vovó resolveu pegar a
fadinha, novamente alguém gritou:
- Se tocá-la ela morrerá. Vê se me entende!
- Mas quem está falando?
Perguntou vovó Esmeralda.
- Aqui! Olhe no pé das Margaridas.
Elas aproximaram e viram um grilo. O grilo deu um salto e foi parar na
mão da vovó Esmeralda.
- Deixe eu me apresentar: Sou doutor Grilouro. Muito prazer minha senhora!
E vovó apresentou-se em seguida, apresentando também sua netinha Rubi.
- Mas doutor, o que a fadinha tem? Por que está chorando?
- Ela foi contaminada por um vírus que é transmitido por criança triste.
- Pobrezinha! Mas que remédio pode curá-la?
Perguntou vovó Esmeralda.
- Impossível minha senhora, pois esse remédio é raro.
- Mas me diga!
- Ah! Não sei se devo...
Depois de pensar por alguns minutos resolveu dizer:
- Minha senhora, o remédio para salvar a fada Mey, é uma lágrima
de uma menina feliz... Não te disse? É impossível!
- Vovó o vidrinho!
Dizendo isso, Rubi saiu correndo e voltou trazendo o precioso remédio
naquele vidrinho que continha a lágrima da menina feliz. O doutor com
todo cuidado aproximou da fadinha Mey, colocando sua cabecinha em seu colo,
e disse para a vovó:
- Por favor, pingue a lágrima sobre ela.
Vovó com cuidado pingou aquele precioso remédio sobre a bela fada
Mey. Que igual a um encanto parou de chorar e de súbito sorriu para todos.
Sentindo renovada, com uma doce voz fala a todos:
- Obrigada meus amigos, vocês me salvaram de um final trágico,
iria chorar até não agüentar mais.
O doutor Grilouro, segurando as mãos da fadinha, voou para o meio do
jardim, por entre as folhagens verdes.
Vovó Esmeralda segura às mãozinhas de rubi e com uma voz doce de vovó diz a ela:
“Sorria! E quando chorares, que não seja de tristeza, e sim
de alegria, de ser simplesmente feliz!”
As duas se abraçaram e viveram felizes naquela casinha de telhado
vermelho, com suas paredes branquinhas, cheia de flores e sonhos.
FIM
SILVIA REIS